Aos mestres antipentecostais com carinho

20:54:00

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Na minha adolescência, assisti à comovente história Ao Mestre, com Carinho, protagonizada pelo premiado ator Sidney Poitier. Tomo emprestado o nome desse filme de sucesso para me dirijir aos mestres e irmãos cessacionistas, antipentecostais, com carinho, amor e respeito, mas com muita franqueza.

Sei que os irmãos não querem abrir mão de suas concepções filosóficas quanto à atualidade da manifestação multiforme do Espírito, preferindo afirmar que a promessa do revestimento de poder do Espírito foi apenas para os dias dos apóstolos... Mas, até quando ignorarão a Palavra de Deus, desprezando o que está escrito em Joel 2.28,29, Lucas 24.49, Atos 2.39, 1 Coríntios, 1 Tessalonicenses, etc.?

Os irmãos não percebem que, ao fazerem isso, privam-se da sobrenaturalidade do verdadeiro evangelho de Cristo e dos dons espirituais, descritos com muita clareza em 1 Coríntios 12 a 14? Por que insistem em afirmar que as línguas e a profecia cessaram? É pecado falar em línguas? Para os senhores é, não é mesmo? Mas saibam que maior pecado é zombar, escarnecer do que a Palavra do Senhor apresenta como manifestações provenientes do Espírito.

Ó, cessacionistas, vocês dizem, citando Paulo, que “havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas cessarão” (1 Co 13.8). Que engano! Esse apóstolo disse isso depois de enfatizar que nada teria valor sem amor: as línguas, as profecias, a ciência e a fé (vv.1,2). Se desprezarmos o amor, “havendo ciência, desaparecerá” (v.8), isto é, ela não terá valor algum. Mas nenhum dos senhores afirma que a ciência desapareceu.

E, quanto à fé? Caso não haja amor, com certeza ela desaparecerá, posto que o fruto do Espírito gerado em nós consiste em virtudes eficazes apenas quando exercidas com amor, o primeiro elemento desse fruto (Gl 5.22). Todos os outros “gomos” são diferentes expressões dessa preciosa virtude: gozo é o amor regozijando-se; bondade, o amor em ação; fé, o amor crendo; e assim por diante (Ef 5.9; 2 Pe 1.5-9; Cl 3.12-16).

O derramamento de poder, o batismo com o Espírito (que é diferente de ser batizado no Corpo de Cristo), é um revestimento do alto para o crente (Lc 24.49), e essa promessa diz respeito “a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). O desafio dos senhores, caros cessacionistas, é o de aceitar pela fé essa promessa divina. Ou preferem defender uma posição antibíblica mediante argumentos lógicos?

Vocês foram chamados por Deus? Fazem parte da geração eleita, alcançada pela misericórdia do Senhor, conforme 1 Pedro 2.9,10? Então, por que não soltam essas amarras tradicionalistas, baseadas na razão humana, e recebem o poder do alto? Ou vocês preferem continuar seguindo a esse falso cessacionismo?

Os senhores não querem abrir mão da interpretação equivocada de que as línguas mencionadas em 1 Coríntios 14.18 eram idiomas aprendidos, como hebraico ou grego. Mas, em 1 Coríntios 14.2, está escrito: “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios”. Se as línguas estranhas são idiomas aprendidos, por que ninguém as entende? Observem o que o texto diz: “em espírito, fala de mistérios”.

Se as línguas mencionadas por Paulo são da terra, por que ele disse que é preciso orar para interpretá-las? Observem: “ore para que a possa interpretar” (v.13). Além disso, o termo “mais”, no grego, mallon, indica que Paulo falava em línguas mais frequentemente — e não em mais idiomas — que os crentes de Corinto.

Infelizmente, os senhores se esqueceram de que devem crescer também na graça, e não apenas no conhecimento. E o mais triste é que, agindo assim, crescem apenas no conhecimento humano, racional, e não no “conhecimento nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).

Se você, caro leitor, se considera um cessacionista e tem confiado em seu limitado raciocínio, abrindo mão da poderosa presença do Espírito Santo, bem como das verdades reveladas nas Escrituras, há uma mensagem para o seu coração, a qual Paulo recebeu do Senhor: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5.19,20).

Você que zomba da sobrenaturalidade do evangelho, que faz pouco caso do que Jesus apresentou como sendo o efeito da pregação da Palavra (Mc 16.15-20), precisa pedir perdão a Deus. Sim, eu concordo que haja falsificadores, enganadores, mas abrir mão do poder do alto por causa desses falsos profetas é privar-se das armas da nossa milícia (Lc 10.19; 2 Co 10.4). Portanto, mestres cessacionistas, peço-lhes que revejam os seus conceitos, posto que estão depondo contra a própria Bíblia.

Com temor e tremor,

Ciro Sanches Zibordi

Luciano

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